Precisamos de novos nomes

Eu comecei a ler esse livro por causa título. Admito, fiquei bem curiosa. 

No início era meio estranho, vi que faltavam pontuações, travessões, as frases eram bem longas – depois eu entendi. 

Por se tratar de um romance de formação (expõe  de forma pormenorizada, o processo de desenvolvimento físico, moral, psicológico, estético, social ou político de uma personagem, geralmente desde a sua infância ou adolescência até um estado de maior maturidade), ele inicia com a infância da personagem principal, a Darling e a acompanha até sua vida adulta. 

Com o passar dos capítulos – e dos anos da vida de Darling – vemos a mudança na escrita, já que ela vai ficando mais madura. 

Também, notamos como a visão dela sobre os problemas mudam – antes, uma dor de barriga era um problema, não poder correr ou brincar até tarde era um problema; depois passa a ser a saudade de casa, dificuldade financeira, preconceito…

Além de tudo isso, acompanhamos a mudança de Darling, que vivia no Zimbabue e viu seu país sofrer com guerrilhas políticas, ter sua casa queimada e sofrer com a crise econômica, para a tão sonhada América. 

Enquanto vive na África, ela sonha com tudo que poderá ter e comprar quando viver na América – carros de luxo, roupas, eletrônicos, fartura de comida e – ao aterrissar (na vida real) ela vê o preço (não só monetário) que precisa pagar por tudo – cabendo bem a citação do amigo de Darling “um país é uma garrafa de coca-cola que pode cair no chão e quebrar e decepcionar você. Quando uma garrafa quebra, você não tem como juntar os pedaços outras vez”. 

Longe de mim trazer spoilers, deixo aqui só o gostinho e a força dessa escrita para despertar a vontade de ler – certamente vale a pena: “as mulheres, que conhecem todas as formas de chorar e tudo o que havia para saber sobre cair aos pedaços, não se deixavam enganar; elas se levantavam suavemente das lareiras, batiam a poeira das suas saias e se plantavam como pedras na frente de seus homens e filhos e barracos, e só então tudo parecia quase tolerável“. 

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